segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nefertiti

Duas irmãs em conflito no coração da terra dos faraós

Muitas lendas já se formaram em torno da figura histórica de Nefertiti, rainha do Egito no reinado do faraó Amenófis. Teria sido madrasta de Tutankhamon. Teria governado o Egito ao lado do marido ou até mesmo sozinha por alguns anos, após a morte dele. Teria caído em desgraça e desaparecido ou morrido subitamente por uma praga. O famoso busto exposto no Altes Museum, em Berlim, é a mais confiável evidência de sua beleza e imponência, simbolizadas pelo pescoço alto de que se orgulhava. Em Nefertiti, a autora parte dos fatos já estabelecidos pelos pesquisadores e arqueólogos e ousa imaginar o resto: a vida dentro do palácio e a exata extensão da influência de Nefertiti sobre Amenófis e sobre a política egípcia; a relação com a irmã Mutnodjmet, personagem que aparece nos registros históricos sempre à sombra da bela rainha; e os dramas humanos que geraram os fatos que hoje chamamos de História.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Hortinha em casa

Em vasos, jardineiras ou canteiros, as mini-hortas funcionam muito bem em varandas e jardins. Sem agrotóxicos, deixam o ambiente mais alegre e cheiroso. Exemplos de 5 temperos de fácil manejo em casa, com 4 horas de sol por dia, rega de pelo menos 3 vezes por semana e o solo adubado.

Alecrim – como na fase adulta se torna um arbusto, um vaso de pelo menos 30 cm de altura. A colheita dos galhinhos deve ser feita com uma tesoura de jardinagem, para não tirar lascas nem machucar a planta. Dura em média 10 anos.



Cebolinha – mais suscetível ao ataque de pulgões, adapta-se a solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Pode ser colhida até 4 vezes, rebrotando fácil e rapidamente. Dura em média 6 meses.



Manjericão – vasos grandes, com no mínimo 30 cm de altura. Como as flores roubam o aroma das folhas, a dica é cortar seus botões. Dura em média 2 anos.




Salsinha – vasos ou canteiros pequenos são preferíveis. Na hora de colher, o segredo é cortar o galho e não apenas as folhas, deixando-o a um ou dois dedos de distância do solo. Rebrota até 4 vezes. Dura em média 6 meses.



Hortelã – colha sempre as pontas em crescimento para estimular os brotos. Não pode ser plantada com outras ervas no mesmo vaso, pois suas raízes agressivas matam as outras espécies. Depois de 15 dias do plantio já pode ser colhida. Dura em média 1 ano.



Regras de plantio
  1. pedaços de telhas no fundo de vasos ou jardineiras, para evitar o entupimento dos furos por onde escoa a água. Uma camada fina de argila e outra de areia. Complete com terra misturada a compostos orgânicos.
  2. adube a terra a cada 40 dias. Composto orgânico como húmus de minhoca, bokashi, farinha de osso
  3. coloque o dedo na terra antes de regá-la. Plantas encharcadas não se desenvolvem e suscetíveis à ação de pragas
  4. de preferência canteiros, eles tem melhor drenagem, devido ao solo vivo e à profundidade. Se optar pelo vaso faça furos embaixo dele
  5. a cada 15 dias usar repelentes à base de extrato de citronela, alho ou pimenta malagueta, que são encontrados em lojas de jardinagem e podem ser feitos em casa. (misturar 100g de um desses ingredientes a 1 litro de água, depois de fervida. Borrife nas plantas depois de fria)

Origem: Revista Veja - ed. 2147 - ano 43 - nº 2

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

A passagem do ano


O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olhar e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras expreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles...e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasta renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010