sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Madre Teresa de Calcutá

Nasceu na Albânia, na península dos Balcãs (1910-1997). Uma região muitas vezes considerada um barril de pólvora na Europa, por conflitos armados, guerras sem fim, ocupações e expulsões, que trouxeram miséria, horrores e violência a esse povo. Nessa região, estabeleceram: gregos, albaneses, turcos, sérvios, búlgaros, macedônios e outras etnias, lutando pela libertação, pela independência mútua e travando batalhas entre si.


Os pais de Teresa, Kole e Drana Bojakxi, albaneses saíram de sua terra natal para se instalarem numa cidade macedônia – Skopje (hoje capital da Macedônia). Seus pais eram conhecidos por sua generosidade. O pai era um comerciante próspero proprietário de várias casas e sócio de um mercador italiano, por isso viajava por toda a Europa.

Teresa nasceu com o nome de Agnes, em 27 de agosto de 1910. Terceira filha do casal, seus irmãos: Aga e Lasar. Desde pequena a família conheceu a guerra. Seu pai faleceu e sua mãe trabalhava dia e noite como costureira pra sustentar os 3 filhos pequenos. Agnes com 12 anos, entrou para a Congregação da Sagrada Virgem Maria (mesmo sistema das Filhas de Maria, no Brasil). Apreciava a leitura e se fixava por horas nos livros sobre a vidas dos santos. Vivia num lar calmo, pacífico e acolhedor, em meio as intermináveis guerras e à pobreza de muitos dos seus compatriotas. Nas revistas católicas tomou conhecimento do trabalho de missionários pelo mundo. A partir dos 14 anos descobriu que queria ser freira e missionária, concluiu os estudos e com 18 anos decidiu viajar a abadia de Loreto (Paris), onde aprendeu a ser freira missionária. Foi também para Irlanda e lá aprendeu a língua inglesa. Depois foram para Suez, e em seguida foram para Calcutá.

Foi em maio de 1931 que Agnes se transformou na irmã Teresa, com votos de pobreza, castidade e obediência. Teresa foi escolhido por sua devoção à santinha de Lisieux, a carmelita Teresinha do Menino Jesus. Enviada de novo a Calcutá, dava aulas a crianças européias e anglo-indianas num convento escola.


Vida missionária:

  • em agosto de 1946 Calcutá, tornou-se palco de violentos distúrbios, a guerra de duas comunidades religiosas (hindu e o muçulmano), ela foi incumbida de cuidar das crianças e quando a fome surgiu saiu às ruas em busca de comida.

  • conseguiu em 1947 o decreto do papa o "ex claustratio". Assim depois de ter usado por 17 anos o hábito negro da Ordem de Loreto, despediu-se deles. Despediu-se do convento e saiu vestindo um largo sári branco com barra azul, a mesma roupa das mulheres pobres da Índia. Recebeu abrigo no corpo das Missionárias Médicas em Patna a 380 km de Calcutá.

  • em 1948 foi para o lar São José, lugar que acolhia pessoas desvalidas, sem teto, idosas, solitárias, onde se reunia a Congregação das Irmãzinhas dos Pobres.

  • em 1950 tornou-se madre superiora de uma Nova Ordem, chamada de Missionárias da Caridade, que usavam o sári branco e barra azul.

  • fundou em 1955 o Lar para Crianças do Imaculado Coração, que chamou de Nirmala Shishu Bhavan.

  • na época da Primeira Guerra Mundial, as Missionárias da Caridade abriram diversas clínicas e centros de reabilitação para os portadores de lepra (já descoberto o tratamento).

  • em 1960 foi aberto em Nova Délhi um abrigo para moribundos, e montaram casas na região central da Índia, em Jhansi e Agra e depois em Bengala, em Patna, Pundjab, Bihar, Maharashtra e em Kerala. Nesse mesmo ano Madre Teresa foi para os EUA, convidada pelo Conselho das Mulheres Católicas para participar da Convenção em Las Vegas.

  • fevereiro de 1966 foi conferido às Missionárias da Caridade o reconhecimento do papa, elas já somavam 300.

  • em 1971 recebeu das mãos do papa Paulo VI o primeiro prêmio João XXIII da Paz. Recebeu muitos Prêmios: Bom Samaritano, nos EUA (1971); Fundação Kennedy (1971); o título de Doutora em Humanidade da Universidade de Washington (1971); Pandit Nehru, Índia (1972); Santa Luisa de Marillac, EUA (1973); Templeton, Inglaterra (1973); Medalha de Ouro da cidade de Milão, Itália (1973); Mater et Magistra, EUA (1974); Albert Schweitzer (em memória do filantrópo francês que recebera o prêmio Nobel da Paz 23 anos atrás); Doutora honoris causa da Universidade inglesa de Cambridge (1979); Balzan, Itália (1979); Prêmio Nobre da Paz em 1979. Em 1980 recebeu a maior honraria civil de seu país adotivo, a Joia da Índia.

  • na expulsão dos palestinos pelos israelenses, conhecido por Setembro Negro, as missionárias se dirigiram para lá para ajudar os feridos.

  • recebeu em 1985 a medalha da Liberdade, das mãos do presidente dos EUA, Ronald Reagan.

Sua saúde piorava com problemas do coração, com um ataque cardíaco em 1989, se viu forçada a abandonar a liderança da ordem em 13 de maio de 1990. Faleceu em 5 de setembro de 1997. Com a prática da caridade, a congregação, agora também masculina, proliferou por todo o mundo. Quando faleceu já abrangia 124 países, mais de 560 casas e cerca de 4 200 religiosas e religiosos, que tem como princípio as palavras de Madre Teresa de Calcutá:


"Eu jamais cuido de multidões, mas somente de uma pessoa. Se eu levasse em conta as multidões, não começaria nunca. O próximo é quem precisa de mim agora..."

"O nosso objetivo não é procurar que se convertam ao cristianismo, mas que encontrem Deus em qualquer religião. É a fé em Deus que nos salva. O grupo religioso que serve de ponto de partida para chegar a Ele é de importância secundária".


Origem: do livro 'Mulheres que mudaram o mundo' de Gabriel Chalita