segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Passeio com a família

Quer que seu domingo seja cultural, natural e principalmente familiar?


Convide a família para um passeio...
cultural: na Fnac, olhe os livros, escolha um que te faça bem;
natural: passeie pela pracinha-feirinha em frente a Fnac;
familiar: todos almoçando juntos, conversas em dia, troca de informações, carinho e muito amor....


e precisa mais?

sábado, 29 de agosto de 2009

Santa Teresa


Santa Teresa é conhecida como a santa dos Pequenos Caminhos, quer dizer, ela acreditava em fazer bem e com grande amor, às pequenas coisas na vida. Ela é também a padroeira dos plantadores de flores e dos floristas. Ela é representada pelas rosas.




Prece de Santa Teresa
Que hoje haja paz interior
Que você confie no seu mais alto poder, você está exatamente onde você deve estar.
Que você não esqueça das infinitas possibilidades que nascem da fé.
Que você use os dons que você recebeu e transmita aos outros todo o amor que foi dado a você.
Que você se alegre de saber que é filho de Deus.

recebi por email

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As calorias enganam

Wilbur Olin Atwater (1844-1907), químico americano, no final do século XIX descobriu que era possível contar a quantidade de energia dos alimentos. Depois disso e por causa disso, ficou assim determinado que:
  • a caloria de uma colher de Nutella engorda tanto quanto duas de requeijão light
  • a latinha de cerveja é o mesmo que um copo de suco de laranja

que engano! Os rótulos não dizem que seu corpo pode digerir cada um desses alimentos de forma diferente. O modo de preparo, a textura, a composição ou mesmo dúvidas sobre o método de contagem das calorias são capazes de diminuir ou aumentar a energia extraída da comida em até 50%. Quando Wilbur, fez suas contas e descobriu que carboidratos e proteínas geravam 4 quilocalorias (kcal) por grama e gorduras 9 kcal por grama, ele esqueceu de considerar que o corpo humano absorve cada tipo de alimento de forma diferente, e isso pode modificar esses números que aparecem nas embalagens, de cabeça para baixo.


As fibras presentes em cereais e alimentos integrais, são mais resistentes à digestão que outros alimentos, diminuem o tempo de trânsito intestinal e os ingredientes têm menos tempo para ser absorvido, o que significa que menos calorias são aproveitadas. Geoffrey Livesey médico e nutricionista inglês, em seus estudos estima que as fibras são capazes de diminuir em até 25% a energia fornecida pelos alimentos. Então:
  • entre a cerveja e o suco de laranja, ambos com cerca de 140 kcal por copo o que tem mais fibras (suco), significa menos calorias no organismo.

O processamento e o cozimento dos alimentos aumentam em muito a energia da comida – em parte porque facilita a digestão, diz Richard Wrangham, antropólogo americano. Percebeu em seus estudos que os alimentos cozidos deram mais energia aos homens pré históricos, os ajudando na sobrevivência, na procriação e na estocagem de energia, suficiente para fazer o cérebro crescer. As suas experiências indicaram que se absorve 30% a 50% a mais de energia de um ovo cozido que de um ovo cru, e de 10% a 50% mais calorias quando comemos alimentos rígidos ou ricos em proteína cozidos. Acontece isso porque cozinhar facilita a quebra de moléculas e de nutrientes pelo organismo. Texturas macias parecem ter o mesmo efeito. "Mesmo quando as calorias são exatamente iguais, as comidas mais moles proporcionam mais ganho de peso" afirma o antropólogo. Testes feitos em ratos comprovaram que os que comeram comida mais macia engordaram 30% a mais que os outros. Eles comeram a mesma quantidade de calorias e foram submetidos aos mesmos exercícios físicos. A única diferença foi a dificuldade na mastigação e digestão.

O grau de maturação das verduras e legumes e a adição de farinhas e açúcar refinados também podem modificar a digestão. Os vegetais verdes dificultam o processo, enquanto os ingredientes refinados ajudam o acúmulo de calorias no organismo. O amido contido na banana verde, necessita de mais energia para serem digeridos. As massas, pães e tubérculos bem cozidos, na textura mais agradável ao paladar, facilmente mastigáveis, são digeridos e convertidos em glicose minutos depois.

No Brasil, desde 1996, o Nepa (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação) coordena o projeto da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, programa que tenta evitar as discrepâncias entre as avaliações e descobrir as calorias e nutrientes dos alimentos brasileiros. O governo federal investe no projeto. É a lista mais confiável até hoje.

"Alguém que adora comida crua deve saber que está aproveitando menos calorias que o sugerido no rótulo"

"E comidas superprocessadas têm mais calorias que seus equivalentes mais crus"

"Quando a alimentação é variada e há atividade física, a ingestão calórica se torna menos importante"

As tabelas de calorias continuarão a seguir o velho modelo implantado por Atwater no século XIX. E ainda bem distante da realidade.

Origem: Revista Galileu – setembro 2009

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Bonsai

A palavra bonsai, pode dividir em duas partes:
  • bon – que significa bandeja e
  • sai – que significa crescer

Assim a tradução de bonsai é:
árvore que cresce em bandeja

Segundo a Associação Japonesa do Bonsai: “É uma árvore ou planta cultivada num vaso e, por tanto, de tamanho reduzido, mas que consegue expressar completamente a beleza e o volume de uma árvore crescendo no seu ambiente natural”. Há que ter em conta que os bonsais não são espécies de interior. Se tratam de planta de exterior que podem adaptar-se à condições de um lugar fechado.

História – Esta árvore em miniatura tem a sua origem na China, onde existiam 2 formas de cultivar o bonsai:
  1. No sul do país tentava simular a Natureza, então cultivavam apenas as espécies encontradas no monte, utilizando unicamente a técnica da poda e não a do arame para transformá-los.
  2. No norte, procuravam formas harmoniosas, embora isso se afastasse um pouco das formas originais.

Diz-se que uma seita Zen introduziu os bonsais no Japão entre os séculos X e XIII. Foi onde se desenvolveram técnicas mais avançadas para moldar os ramos, os troncos e as raízes. Por ultimo, a introdução do bonsai na Europa proveio da exposição universal de Paris, celebrada em 1898, apesar de não ter sido muito popular até ao final da Segunda Guerra Mundial. O efeito artístico do bonsai depende em grande medida do bom uso que faz na poda, no pinçamento e na cablagem. Claro que não se deve descuidar nos aspectos essenciais como a rega, etc...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hierarquia dos Anjos

Na alta Idade Média, discutia-se sobre os Anjos interminavelmente. Tratados e súmulas eram organizados, e foram divididos em hierarquias tão rígidas quanto a dos senhores feudais. O sistema de classificação que acabou sendo seguido no Ocidente deriva de um livro publicado no século VI, escrito por Areopagita – um sírio que pretendia passar por Dionísio, discípulo de São Paulo. Apesar de usar desse artifício sua influência na Idade Média foi enorme, sendo que inclusive São Tomás e Dante Alighieri usaram sua classificação, tanto na súmula como na Divina Comédia. Esses 2 autores consolidaram a Hierarquia dos Anjos de uma vez por todas.

Nelas são descritas 3 categorias ou esferas de Anjos, com 3 ordens cada uma, todas concêntricas como numa mandala, em adoração a Deus. Mas os termos Anjo e Arcanjo são usados geralmente para falar de anjos de todas as esferas.



A primeira esferaposicionada mais próxima de Deus

  1. Serafins: a ordem dos Serafins é considerada a mais elevada dos servidores angélicos. Eles circundam o trono sagrado e celebram com canções e adoração sendo sentidos por todos através do coração. Dizem que a canção dos serafins são cantos de criação e celebração. A música das esferas.
  2. Querubins: são conhecidos como os guardadores dos registros sagrados e ajudam para que o plano divino seja cumprido. Dizem que são os guardiões da luz e das estrelas. Não confundir com os querubins crianças.
  3. Tronos: de acordo com o Velho Testamento, durante uma tempestade o profeta Ezequiel teve uma visão – uma carruagem gloriosa vinda do norte, com quatro figuras humanas cada qual com quatro faces asas e arcos. Eles eram acompanhados de quatro aros, as bordas cobertas de olhos. As rodas de fogo que Ezequiel viu foram os tronos, a terceira ordem divina dos anjos. Muitos dizem que os tronos são os anjos da grarda do planeta.


A segunda esferamais afastada do centro do círculo

  1. Domínios: também descritos como dominaçòes, são os executivos, os governantes de todos os grupos angelicais situados além deles. Os domínios decidem o que deve ser feito para cumprir a vontade divina, incluindo as obrigações cotidianas. Tudo fazem para que o universo continue a sua trajetória habitual embora recebam ordens dos Querubins e raramente entrem em contato com pessoas, ainda assim estão ligados à nossa realidade.
  2. Virtudes: tem a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as virtudes derramam bênçãos do alto, frequentemente na forma de milagres. Conhecidos como os brilhantes, as virtudes são sempre associadas com os heróis e aqueles que lutaram em nome de Deus e da Verdade. São chamadas quando se necessita de coragem.
  3. Potestades ou Poderes: são os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da história coletiva. Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. Provavelmente foram os primeiros anjos criados por Deus em ordem de ocupar os confins das regiões entre o primeiro e o segundo céus. Como guardas celestiais seu caminho é vigiar uma possível infiltração diabólica. Eles lutam para manter o equilíbrio do universo.


A terceira esferaanjos que atuam como mensageiros celestiais

  1. Principados: anjos integradores, encarregados das nações e das grandes cidades. Essa ordem também protege os espíritos do bem contra o ciúme dos espíritos do mal.
  2. Arcanjos: os mais conhecidos são Gabriel, Miguel, Rafael e Uriel. De acordo com Dionísio, os arcanjos são os mensageiros que trazem a palavra divina. Considerados os mais importantes intermediários entre os mortais e Deus.
  3. Anjos: estão mais próximos da humanidade e mais preocupados com as nossas questões. Mensageiros de Deus, cuidam de coração dos homens.


Origem: netlove.com.br

Os Anjos e os dias da semana

Anjo consagrado ao Dia da Semana

Segunda feira – Gabriel

Terça feira – Samuel

Quarta feira – Rafael

Quinta feira – Zadquiel

Sexta feira – Anael

Sábado – Orifiel

Domingo – Miguel


O homem parece frágil como uma flor, quando tem problemas, mas a capacidade de pensar, que possui, faz com que ele seja o ser vivo mais poderoso da Terra.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Flor-de-lis

A flor-de-lis é uma figura heráldica(*) muito associada à monarquia francesa, particularmente, ligada com o Rei da França. Ela permanece extra-oficialmente um símbolo da França, assim como a águia napoleônica. Mas não tem sido usada oficialmente ao longo dos vários períodos republicanos por que atravessou este país.

A palavra lis, de fato, é um galicismo que significa lírio ou iris, mas também pode ser uma contração de "louis", do francês, Luís, primeiro príncipe a utilizar o símbolo (ficando assim "fleur-de-louis", ou "flor de luís"). Assim, a representação desta flor, e seu simbolismo, é o que os elementos heráldicos querem transmitir, quando a empregam sob as mais diversas formas. É uma das quatro figuras mais populares em brasonaria, juntamente com a águia, a cruz e o leão.


Origens
O primeiro emprego atestado de um ramo de lis foi em um sinete do príncipe Luís, futuro Luís VIII de França, em 1211. O ramo foi substituído em 1375 por três flores-de-lis. Atualmente, é representado de uma forma estilizada, amarelo sobre um fundo azul:
  • azul com um ramo de lis dourado ou
  • azul com três flores-de-lis douradas, na versão moderna.

A flor-de-lis tem pouco a ver com a "lis" que se encontra nos jardins (utilizado em heráldica sob o nome de "lírio de jardim" ). É uma alteração gráfica da íris de marais ( Íris pseudacorus L. ou "íris amarela") que teria sido escolhida no século V, como atributo, por Clóvis I, após sua vitória na Bataile de Vouillé sobre os Visigodos, a oeste de Poitiers, e que encontra-se abundantemente sobre as margens do rio Lys e do Senne na Bélgica.


Símbolo do Escotismo
A flor-de-lis é o principal símbolo do escotismo mundial, a origem deve-se a utilização da mesma em cartas náuticas representando o norte com a sua ponta, assim como uma rosa dos ventos. O símbolo foi escolhido por Robert Baden-Powell como representação do movimento que ele criara, pois idealizava a direção que o escotismo seguiria desde então, a flor-de-lis para os franceses também representava pureza de espírito, luz e perfeição, atributos incorporados no escotismo até os dias de hoje. É o símbolo do movimento escoteiro, as três pétalas representando os três pilares da promessa escoteira e o apontar para o Norte em mapas e bússolas, mostra para onde o jovem deve ir, sempre para cima. (Wikipédia)


A planta
Nome Científico: Sprekelia formosissima
Nomes Populares: flor-de-lis, lírio-asteca, lírio de St. James, Jacobean lily, Lis de Saint-Jacques, Croix de Saint-Jacques
Família: Amarilidáceas
Origem: México e Guatemala
Características: Planta bulbosa, produz flores de cor vermelho-brilhante e folhas laminares que aparecem depois das flores.
Reprodução: Divisão de bulbos, durante o período de repouso
Luminosidade: sol pleno
Solo: Arenoso. Em vasos e canteiros, a mistura de solo ideal é a arenosa - 1 parte de terra vegetal, 1 parte de terra comum de jardim e 2 partes de areia.
Regas: Espaçadas no início do período vegetativo, intensificando para dias alternados até depois da floração, quando deve-se voltar a espaçar as regas. Recomenda-se evitar o excesso de água, pois pode provocar o apodrecimento do bulbos e o surgimento de doenças fúngicas. (jardimdeflores.com.br)


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(*)heráldica
he.rál.di.ca
sf (de heráldico) 1 Ciência das figuras e cores do escudo de armas. 2 Conjunto dos emblemas de brasão. (Dicionário Michaelis)
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Alimentos que salvam a visão




Alimentos ingeridos podem ajudar na preservação da visão, quando a idade chegar. Novas pesquisas revelam quais são esses alimentos. Três causas importantes de perda de visão:






  1. Glaucoma – apenas uma porção por mês de couve o outro vegetal folhoso verde-escuro ou mais de 2 porções de cenouras por semana, reduz o risco de glaucoma em mais de 60% em estudo da UCLA realizado com 1000 mulheres. Os níveis elevados de vitamina A e de outros antioxidantes no sangue dessas vegetarianas ajudam a proteger células fundamentais existentes no nervo óptico.
  2. Catarata – adultos que ingerem com regularidade suco de laranja e legumes ricos em vitamina C (pimentões, pimentas, tomates e brócolis) na alimentação diária têm probalidade 45% menor de desenvolver catarata, de acordo com uma nova pesquisa feita na Austrália. A vitamina C ajudaria a contrabalançar os efeitos lesivos da luz e do calor sobre o cristalino.
  3. Degeneração macular – a ingestão de aveia, cereais ricos em fibras e pães integrais reduz o risco de degeneração macular em cerca de 39%. Os carboidratos complexos evitam as oscilações dos níveis sanguíneos de glicose que podem danificar as delicadas células existentes no centro da retina.

Fonte: Revista Seleções - ago 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Maria Antonieta, a ré

"Danton, o homem mais enérgico e sem escrúpulos de toda a revolução, ergueu a bandeira sanguinolenta do Terror e tomou a horrenda decisão de fazer trucidar no cárcere, no decurso de três noites, todos os prisioneiros que pudessem ser suspeitos [...] Dois daqueles canibais arrastaram pelas pernas o tronco nú, um outro levantava nas mãos as vísceras sanguinolentas; um terceiro ergueu sobre um varapau a cabeça, coberta de uma palidez esverdeada, da desgraçada princesa". Stefan Zweig


Por interesses políticos, uma aliança foi acertada entre os Bourbons e os Habsburgos, até então inimigos. O casamento do herdeiro da coroa francesa – os Bourbons, com uma princesinha linda, encantadora toda graça, que corria e brincava com os irmãos e amiguinhos por todo palácio e jardins do castelo dos Habsburgos. Ela não gostava nem de livros, nem de aulas.

Em 1769 finalmente, chega a carta oficial, o pedido de casamento. A maior pompa presidiria a união. Luís XV encomendou dois carros de um esplendor nunca visto: madeira preciosa, vidros de cristal, forração de veludo. Para o delfim (e toda a corte), novas casacas, trabalhadas com pedras preciosas. O brilhante Pitt, o mais famoso de então, ornaria o chapéu de Luís XV.

O embaixador francês chega em Viena para o pedido formal, prenunciando o fausto:
  • 48 carros puxados por seis cavalos cada um
  • 117 homens da guarda com librés de luxo
A mão da princesa foi pedida em sessão pública, e ela teve que renunciar aos seus direitos austríacos. Bailes sucederam-se nos palácios. Em 19 de abril, o casamento por procuração aconteceu na igreja dos Capuchinhos. Em 21 de abril tem lugar o jantar íntimo com a família e a despedida. A mãe lhe entrega uma carta, que deveria ler todo dia 21 de cada mês, e outra em particular ao Rei, pedindo relevar os catorze inexperientes anos de sua filha.

A cavalgada prossegue, 340 cavalos devem ser trocados em cada estação de correio. Atravessam a Áustria, a Baviera, se aproximam das fronteiras. Um edifício curioso está sendo erguido numa ilha, no centro do rio Reno. Todo um ritual de despojamento é criado para que ela rompa o mais tênue laço com a casa d'Áustria. A etiqueta exigiu, que nenhum fio de manufatura austríaca a envolvesse. O conde de Satarhemberg, vestido à moda francesa, a conduz até o salão de entrega, onde a aguardava a delegação dos Bourbons.

De todas as aldeias e povoados o povo acode para saudá-la, encantados com seus cabelos dourados, olhos azuis, o sorriso infantil. Do chafariz da praça, jorra vinho no lugar da água; bois inteiros são assados. Nas árvores luzem as bolas coloridas de vidro com velas acesas. O monograma entrelaçado do delfim e da delfina brilham na noite. Ela escreveu para mãe:
"Que felicidade a nossa de poder conquistar o afeto de um povo inteiro. Não há nada mais preciosa, bem o compreendi, e nunca o esquecerei".

Ela, desde esse dia, ficou fascinada por Paris. Fausto e requinte imperou no jantar nupcial partilhado por 6 000 nobres. O enfim sós não levou a nada. O jovem noivo escreveu em seu diário: "Rien!". Assim por 2 000 noites, sete anos dos 15 aos 22 anos, ela permaneceu virgem.

Dedicou-se aos centros de diversões, teatros, bailes à fantasia, porque a máscara era a única liberdade aos rígidos costumes reais que lhe impunham. Podia conversar, dançar. Divertiu-se, sempre distante e ignorando o povo. A menina de 15 anos cedeu lugar a uma atitude cheia de majestade e altivez. Não podendo apaixonar-se pelo marido, apaixonou-se por si própria, sentenciaram seus críticos. Mesmo antes de ser rainha, quis ser soberana pela sua graça e beleza. E o conseguiu.

Em agonia o velho rei morre. Ela e o marido ouviram o rufar dos tambores. Os oficiais desembainharam suas espadas, e os gritos como vaga avançaram até eles:
"Morreu o Rei! Viva o Rei!"
Apesar dos contrastes, das grandes diferenças entre eles, formaram um casal aliado e cordial. Ser soberana, tinha para ela um só sentido: ser livre. Escreve para mãe:

"Embora Deus já me tenha feito nascer no posto que hoje ocupo, não posso deixar de admirar as disposições da Providência escolhendo a mim, última dos vossos filhos, para o mais belo reino da Europa!"

Porém sua juventude, aliada à fraqueza do marido, precipitaram-na na futilidade, desviando-a de sua missão de soberana. Passava seu tempo escolhendo seus vestidos, pois nunca poderia repetir um só deles. Tornou-se escrava da moda, e o luxo dominou a corte como devastadora epidemia. Maria Teresa, sua mãe, cansou de censurá-la. Os cuidados com o cabelo e o penteado tornou-se detalhe classificatório de alta estirpe e distinção. Outra paixão da rainha eram as jóias, que a levou a contrair dívidas. Depois entregou-se aos jogos. Ganhou do marido, um pequeno palácio – o Trianon, para fugir da vigilância de Versailles, nesse castelo podia ser feliz e livre.

Poderia ter tido a seu lado a nobreza, mas tratou-a com frieza. O povo a teria idolatrado, mas ignorou-o. Quis ficar sozinha na felicidade, depois estaria só na tragédia. Nessa altura, encontrou aquele, o único que amaria, e por quem seria adorada. Estava com 22 anos em 1777.

Em 30 de agosto de 1778, o matrimônio consumou-se. No ano seguinte, a rainha está grávida. Deu à luz em 18 de dezembro de 1779, a uma menina. Em 1781, nasce o herdeiro do trono. Por mais duas vezes ela foi mãe. Em 1785 nasceu o segundo filho homem, o futuro Luís XVII, e em 1786, uma menina que só vive 11 meses.

A revolução reunia-se no Palais Ruyal do duque de Orléans. A ele unia-se o coro de maldades das 3 tias. Essas duas frentes atacavam a soberana. De escanteio, o conde de Provença, irmão de seu marido, o que viria a ser Luís XVIII, aguardava sem decidir-se.

  • o rei convoca a Assembléia Nacional,
  • Versailles volta a ser capital em 1789
  • morria o delfim de 6 anos de idade
  • a 14 de julho é tomada a Bastilha
  • a 4 de agosto proclama-se os Direitos do Homem
  • rebenta um tumulto em Paris, mulheres avançam sobre Versailles
  • os reis foram se hospedar nas Tulherias

A infelicidade instaurou nova etapa na vida dessa mulher singular. Pela primeira vez, começa a meditar e a refletir. Só aos 35 anos compreendeu seu verdadeiro destino: aparecer diante da História como rainha e como filha de Maria Teresa, revestiu-se de audácia e grandeza. Sente correr o sangue de todos os seus antepassados. Ser uma Habsburgo, herdeira e descendente de antiquíssima honra dos cesares, fez com que ultrapassasse a si própria.

Numa noite fatídica, 20 de junho de 1791, tentou-se uma fuga. Um homem se ligará a ela como fiel amigo, seu único amor – o sueco Hans Axel de Fersen, até o fim cometendo erros táticos, outras vezes, atos heróicos, procurou salvá-la do horrível destino. Ela foi cruel com a Revolução, e esta a fez pagar cruelmente. Descobertos, voltaram escoltados e comprimidos na carruagem. A família real foi transferida para um cárcere. O rei Luís XVI, processado, foi condenado à morte. A ela e aos filhos concederam uma última visita. O pesado carro levou-o ao cadafalso. Ela tornara-se a Viúva Capeto.

A rainha tranformara-se, aos 38 anos em uma exausta e pálida matrona, presa a uma cela. A criada da guardiã, uma pobre mocinha de campo, Rosália Lamorlliére, não sabia escrever, mas fez a mais comovente narrativa dos últimos 77 dias da rainha:

– Quis ajudá-la a despir-se, porém ela respondeu
– "Muito agradecida, minha filha, desde que não tenho mais nada, eu me sirvo a mim mesma"

Seus fiéis amigos e os de sua mãe movimentaram-se, porém seus parentes próximos, não mexeram uma palha para salvá-la.

Quando compareceu ao Tribunal, era uma mulher velha, de cabelos brancos, doente, sofrendo continuas e graves hemorragias. Foi quando lançaram-lhe a mais pérfida infâmia. Encontrando o menino masturbando-se, o chamado vício dos "plaisirs solitaires", o infeliz justificou-se ou foi sugerido que aprendera com a mãe e a tia. Interrogatórios foram aplicados ao menino de 8 anos, à irmã de 15 anos e a madame Elizabeth. Durante todo o processo ela não fraquejou. Ao horror da acusação incestuosa, quando interpelada seu silêncio respondeu:

" – Se não respondi é porque a natureza se recusa a responder a semelhante acusação dirigida a uma mãe! Apelo para todas as mães que possam estar nesta sala."

As mulheres ali reunidas sentiram-se solidárias com a rainha, pois a infâmia contra ela lançada atingia todo o sexo. Sua condenação à morte, foi concedida por unanimidade.

Na pequena alcova, à luz de duas velas, pediu papel e tinta e escreveu uma carta para Elizabeth, irmã de seu marido, única protetora de seus filhos. Não foi entregue, e a carta desapareceu durante 20 anos. Quando Luís XVIII, outro Bourbon, irmão do soberano falecido, subiu ao trono, recebeu como presente.

A carreta esperava, puxada por um forte e lento cavalo de carroça. Luís XVI fora conduzido em carruagem fechada. Sentou-se em tábuas sem almofadas. Mais tarde, madame Roland, Danton, Robespierre, Fouquier, Hérbet, todos que a mandarm à morte, fizeram, eles mesmos, idêntico percurso, sentados na mesma tábua dura.

Os carrascos agarram-na, deitam-na sobre o patíbulo, a cabeca sobre a lâmina, um puxão na corda, o brilho do cutelo descendo, um baque surdo. Sanson agarra a cabeça pelos cabelos e erguendo-a mostra-a para o povo, que berra: – Viva a República! As sepulturas não foram assinaladas. O único indício para localizar os corpos reais era de que a Convenção ordenara que fossem cobertos com cal viva. Depois de dias de escavação, encontraram um caixão de madeira, já carcomido, e estabelecido ficou que o punhado de pó fora daquela:
  • "que no seu tempo era considerada a soberana da graça e da elegância e, mais tarde, uma rainha destinada e escolhida para todas as dores". (1755-1793)


Origem: 'Mulheres que marcaram a humanidade' de Lúcia Pimentel Góes

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Todas as vidas

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto,
Bota feitiço...
Ogum, Orixá.
Macumba, terreiro...

Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.



Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
Toda pretinha.
Bem cacheada de pucumã.
Pedra pontuda
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem
preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha
e filharada.



Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.

Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida – a vida mera das obscuras.














































Cora CoralinaPoemas dos becos de Goiás e Estórias mais

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Anjos – sinais e coincidências


Os anjos usam qualquer meio para fazer contato da maneira mais apropriada. Telefones, televisores e mesmo computadores têm sido utilizados para veicular mensagens e sinais. É como se os anjos estivessem esperando que entremos em contato com sua habilidade.

Muitos de nós deixamos de reconhecer tais sinais, e assim a conexão com os anjos não é estabelecida. Se confiarmos que um sinal nos foi dado, iniciaremos uma reação em cadeia, e outros sinais nos serão enviados, especialmente se pedimos para recebê-los.


– Os sinais enviados pelos anjos podem ser de diversas formas, tais como:
  1. uma fragância que não conseguimos distinguir de onde vem, e que nos lembre uma pessoa em particular.
  2. pode ser um perfume ou mesmo a fumaça de cigarro.
  3. talvez sintamos o toque de uma mão, um carinho na cabeça ou a sensação de braços nos envolvendo, quando estamos sozinhos
  4. pode ser a experiência de uma luz brilhante, branca ou colorida.
  5. e mais frequentemente se comunicam através de alguma coincidência, que são descritas como uma série aleatória de acontecimentos em geral surpreendentes

Quantas vezes já pensamos em um amigo que não vemos há anos e de repente encontramos com ele na rua? Pensamos em uma canção famosa e significativa em nossa vida e ao ligarmos o rádio, ela começa a tocar?

Podemos ignorar tais mensagens, mas possivelmente perderemos a oportunidade mais impressionante de nossa vida. Temos o livre arbítrio. No entanto, pode valer a pena dar uma chance aos anjos e observar com maior atenção essas coincidências.



"Conecte-se com a mentalidade ilimitada da criação e extraia dela os planos e ações certos, que guiarão você para o completo sucesso".
Keith D. Harrell
escritor



Fonte: 'Anjos, acreditar e receber' de Glennyce S. Eckersley e Gary Quinn

terça-feira, 11 de agosto de 2009

As cores

As cores e os anjos
A cor desempenha um papel importante. A associação entre as cores e os anjos tem uma longa tradição. As cores das vestimentas dos anjos correspondem à sua inteligência.

  • As cores atribuídas aos anjos são:
Miguel – azul
Jofiel – amarelo
Samuel – rosa
Gabriel – branco
Rafael – verde
Uriel – roxo e dourado
Ezequiel – violeta

Além do manto majestoso e das asas, que provam que eles são mais do que humanos, os anjos, na arte religiosa, são retratados com um halo. Alguns acreditam que o halo é uma representação da aura. A aura é a "atmosfera", ou energia sutil, que envolve cada ser vivo. Segundo as pessoas que estudam auras, sua cor e sua intensidade refletem o estado físico e emocional da pessoa.

A aura, com frequência, é associada aos chacras, os círculos invisíveis de energia que acredita-se, absorvem e transformam a energia universal conhecida como prana ou chi. São 7 os chacras principais, e eles são representados por sete tons de luz. A ioga ensina que os 7 chacras são:
  1. Chacra básico vermelho
  2. Chacra umbilical laranja
  3. Chacra esplênico amarelo
  4. Chacra cardíaco verde ou rosa
  5. Chacra laríngeo azul-celeste
  6. Chacra frontal azul
  7. Chacra da coroa (coronário) violeta
A coroa, ou o topo da cabeça, é a parte do corpo que está mais perto do mundo espiritual e, curiosamente, muitas experiências envolvendo anjos incluem descrições deles trajando mantos azuis ou púrpuras.


Como as cores afetam nossa vida
O arco-íris, com suas 7 cores, é um dos símbolos mais poderosos da harmonia da natureza. A sabedoria antiga ensina que cada cor do arco-íris se relaciona com a mente e o corpo de alguma forma – o roxo se vincula com o plano espiritual e o vermelho com o físico. De maneira semelhante, a ciência moderna descobriu que as cores afetam profundamente nossas emoções e que o amarelo é a cor que mais tende a afetar o nosso humor.

O cérebro não consegue distinguir entre o amarelo do raio de sol e o de uma pintura alegre. Como o amarelo eleva os níveis de serotonina (o fator do bem-estar), parece ser uma boa idéia ter essa cor dando-lhe bom dia logo ao amanhecer. O amarelo misturado ao vermelho resulta no laranja, uma cor terrosa cujo nome vem do sânscrito. É a cor da Igreja dos primórdios e simboliza a fecundidade. O laranja é ligado à terra e ajudará a criar uma sensação de maior maturidade.

Se seu dia, inclui o estudo e a atividade intelectual, pinte o seu escritório de verde. Essa cor reflete a influência tranquila da natureza e é a mais comumente escolhida em ambientes que podem causar algum estresse, tais como hospitais e clínicas de dentistas. Da mesma maneira, o azul faz reduzir a pressão sanguínea e estimulará um ambiente de reflexão.

O vermelho faz aumentar a pressão sanguínea, o que faz que não se recomende o excesso dessa cor em casa. Pinceladas de vermelho podem ser energizantes – restaurantes fast food normalmente fazem uso do vermelho, pois sua intenção é levar as pessoas a se levantar e ir embora rápido. O vermelho produz agitação e inquietação. Pequenos ajustes na paleta de cores ao seu redor podem ajudá-lo em sua busca de harmonia.

Fonte: 'Anjos, acreditar e receber' de Glennyce S. Eckersley e Gary Quinn

domingo, 9 de agosto de 2009

Grande mulher, grã-duquesa Isabel

A Grã-Duquesa Isabel Feodorovna da Rússia nasceu no dia 1 de novembro de 1864 em Hesse-Darmstadt, Alemanha e era esposa do Grão-Duque Sergei Alexandrovich, 5º filho do Czar Alexandre II. Era conhecida por “Ella” pela família e amigos e era a irmã 8 anos mais velha da Czarina Alexandra Feodorovna, esposa do Czar Nicolau II. Isabel tornou-se famosa na sociedade russa pela sua beleza, charme e trabalhos de caridade entre os pobres.

Em novembro de 1864, a Princesa Alice de Hesse escreveu uma carta à sua mãe, a rainha Vitória do Reino Unido, onde lhe contava que ela e o seu marido tinham decidido chamar a sua segunda filha, nascida no primeiro dia desse mês, de Isabel em honra da Santa mais amada e venerada no pequeno ducado de Darmstadt. “Esqueci-me de te dizer,” escreveu ela mais tarde numa outra carta, “em resposta à tua carta sobre o nome da Ella que ela deve ser chamada de Isabel. Apenas ‘entre-nous’ a tratamos por Ella.” Nos meses que se seguiram as suas cartas para a mãe enchiam-se de pormenores sobre a doçura da nova bebê, dos seus olhos azuis-escuros, do seu cabelo loiro, da sua alegria, a sua bondade e, ocasionalmente, das suas asneiras.

Em agosto de 1865, a Rainha Vitória foi até Darmstadt, em parte para assistir ao inicio da construção do novo Palácio da Princesa Alice e do seu marido e em parte para conhecer a sua nova neta. Sem se alarmar ou intimidar com o ar majestoso que rodeava a mulher baixa e forte, vestida com um longo vestido negro, a bebê sorriu-lhe e deixou que a sua avó lhe beijasse as bochechas sem qualquer protesto. “Ela é muito boa, a minha avó,” disse ela um pouco mais tarde e a Princesa Alice ficou, sem dúvida, aliviada, uma vez que a sua segunda filha tinha as suas próprias ideias e tinha-se revoltado com a sua outra avó, a Princesa Charles de Hesse lhe tinha tentado tocar. “É muito cansativo,” disse a Princesa Alice sobre o fato de a sua adorável filha não se conseguir comportar com pessoas desconhecidas.

Mas quando no verão de 1865 a sua mãe a levou a visitar Heilligenberg e a sua tia-avó Maria Feodorovna (esposa do Czar Alexandre II) pegou nela ao colo, a pequena criança ficou encantada e colocou os seus braços à volta do seu pescoço, colando a sua cara aquela que era a fria Czarina da Rússia e que encontrou na sua adorável sobrinha-neta um refúgio para os seus dias de solidão no Palácio de Alexandre. Foi durante esta visita que Isabel brincou pela primeira vez com aquele que seria o seu futuro marido, o Grão-Duque Sergei Alexandrovich.

Apesar de descender de uma das mais antigas e mais poderosas famílias nobres da Alemanha, Isabel e a sua família tinham uma vida bastante modesta quando comparada com os padrões reais. As crianças varriam o chão e arrumavam os seus próprios quartos enquanto a sua mãe confeccionava as suas roupas e as dos filhos. Durante a Guerra Austro-Prussiana, era frequente a Princesa Alice levar Isabel consigo quando visitava soldados feridos num hospital próximo. No meio deste ambiente relativamente feliz e seguro, Isabel cresceu rodeada de hábitos domésticos ingleses e o inglês tornou-se sua língua principal, assim como a dos seus irmãos. As crianças falavam inglês com a mãe e Alemão com o pai. «ao lado foto de Ella sentada com a irmã Mae nos braços, Irene, Ernesto, Alice(Alexandra da Rússia) e Vitória»

No outono de 1878, quando Isabel tinha 14 anos, a difteria abalou a casa Hesse matando a sua irmã mais nova, Maria (conhecida na família por Mae) no dia 16 de novembro desse ano. Isabel foi a única dos irmãos que não apanhou a doença e foi enviada para a casa dos avós paternos para não ser afetada. Enquanto lá estava, no dia 14 de dezembro, a sua mãe sucumbiu à doença depois de cuidar de todos os filhos durante essas semanas. Quando Isabel foi autorizada a regressar à sua casa, descreveu a reunião como “terrivelmente triste” e disse que tudo parecia “um pesadelo horrível”.


Pretendentes e Casamento
Durante a sua juventude, Isabel era sedutora e tinha uma personalidade muito aberta. Muitos historiadores consideram-na uma das mulheres mais bonitas da Europa nesta altura. Foi durante esta época que ela chamou a atenção do seu primo mais velho, o futuro kaiser Guilherme II da Alemanha. Ele estudava na Universidade de Bonn e não era raro visitar os seus parentes de Hesse aos fins-de-semana. Durante estas visitas ele apaixonou-se por Isabel e escreveu-lhe numerosos poemas de amor que lhe enviava. Embora se sentisse elogiada pela atenção que recebia por parte do primo, Isabel não se sentia atraída por Guilherme e rejeitou-o educadamente. O futuro kaiser ficou frustrado e decidiu desistir da Universidade para voltar a Berlim. Além de Guilherme II, Isabel tinha muitos admiradores, entre os quais o Lord Charles Montagu, Segundo filho do 7º Duque de Manchester e Henry Wilson que se tornaria num famoso soldado. Outro dos seus admiradores era o futuro Frederico II, Grão-Duque de Baden e primo de Guilherme.

Eventualmente foi um Grão-Duque russo que conquistou o coração de Isabel. A tia-avó de Isabel, nascida em Hesse, era uma visita frequente no condado e, durante as suas visitas, era sempre acompanhada pelos seus filhos mais novos, Sergei e Paulo. Isabel conhecia os dois irmãos desde bebê, mas achava-os demasiado arrogantes e reservados. Sergei, particularmente, era um jovem calado, muito religioso e apaixonou-se por Isabel quando a viu pela primeira vez depois de muitos anos. Mais tarde ele pediu-lhe para casar com ele, mas, a principio, Isabel não se sentia apaixonada por ele. A opinião da Princesa mudou quando Sergei perdeu os seus pais no mesmo ano. Maria Feodorovna de Hesse morreu de doença e Alexandre II foi morto num atentado à bomba em São Petersburgo quando se encontrava a caminho de uma reunião que tornaria a Rússia numa monarquia constitucional.

O Grão-Duque encontrava-se em Roma quando o seu pai foi assassinado e, por isso, foi-lhe poupada a visão do seu corpo mutilado. Sergei admirava o seu pai e a sua morte fez com que se tornasse num selvagem anti-revolucionário que não escondia o ódio que sentia pelas pessoas que tinham ignorado os esforços de Alexandre II em liberalizar o país. A morte da sua mãe foi também difícil uma vez que ambos eram devotos um ao outro. Estes eventos mudaram-no e Isabel passou a vê-lo “com outros olhos”, uma vez que compreendia a dor pela qual ele passava depois de ter perdido a sua própria mãe. Outras parecenças como a arte e a religião aproximaram-nos cada vez mais. Há quem diga que ele gostava particularmente da sua personalidade que o fazia recordar a sua adorada mãe. Por isso, quando Sergei voltou a pedir a mão de Isabel, ela aceitou e ambos tiveram autorização do pai dela para se casarem. A Rainha Vitória não ficou particularmente encantada com a união.

O noivado da Princesa Isabel foi curto, uma vez que Sergei queria que o casamento se realizasse o mais rapidamente possivel e, apesar do pai dela não aceitar completamente a sua pressa, foi forçado a lidar com ela quando em junho de 1884 chegou a São Petersburgo com Isabel e as suas duas irmãs mais novas Irene e Alice.

A Rússia, com a sua vastidão, a sua atmosfera estranha e inexplicável, surpreendeu as duas princesas mais velhas que, à exceção da Inglaterra, tinham visto muito pouco do mundo. As enormes praças e largas ruas de São Petersburgo, o Neva, maior do que qualquer rio inglês ou alemão, as cúpulas e espirais douradas das catedrais, a grandeza do Palácio de Inverno e a graciosidade da alta sociedade eram tão únicos e inesperados que elas se sentiram desorientadas e confusas, incapazes de se acostumarem ao ambiente estranho e pouco familiar que as rodeava. Elas sentiam-se intimidadas pelas multidões de criados e damas-de-companhia que as rodeavam sem descanço, pelos conselheiros da Corte que davam diferentes instruções e, acima de tudo, pelo irmão de Sergei, o Czar Alexanre III. O imperador era alto, tinha ombros largos, uma voz alta e mãos que conseguiam endireitar uma ferradura sem grande esforço. Apenas Alice que tinha apenas 12 anos na altura parecia não ter nenhuma apreensão. Ela não via nada de assustador, apenas “os corredores vastos e inspiradores do Palácio de Inverno com os seus quilômetros de chão dourado” e passou a maior parte do tempo a jogar às escondidas entre os pilares com o filho mais velho de Alexandre III que era, normalmente, tímido e indiferente com estranhos, mas achava aquela menina com os seus caracóis loiros uma companhia encantadora e com quem se sentia perfeitamente relaxado.

O Grão-Duque de Hesse não tinha permitido que a sua filha mudasse de religião antes do casamento, por isso houve uma cerimônia Luterana e uma Ortodoxa. Quando finalmente ambas as cerimônias acabaram e uma Isabel pálida teve de se despedir do seu pai e das irmãs, sentiu-se que ela estava aterrorizada com a perspectiva de ser forçada a viver uma nova vida num país desconhecido, rodeada de estranhos, novas ligações e com um marido que, no fundo, mal conhecia. Não existe nada que mostre se a nova Grã-Duquesa se sentia infeliz. Se sofria, fazia-o em silêncio, sem se queixar uma única vez. No entanto o sentimento geral na sociedade de São Petersburgo era de simpatia para com aquela jovem ingênua que se tinha casado com um homem conhecido pela sua rudeza e que se dizia esconder uma vida de imoralidade viciosa.

Sergei era considerado um homem bonito, sempre vestido no seu uniforme verde-escuro que lhe dava um aspecto de respeito e conservadorismo. As pessoas que o conheciam diziam que sempre que estavam ao pé dele sentiam sempre que, por detrás da sua expressão controlada, havia uma camada secreta de raiva e frustração. Ele adorava a sua mulher, venerava a sua beleza e cobria-a de presentes como as mais caras jóias e peles, mas era frequente ele censurar o comportamento dela em público se ela se esquecesse das suas instruções ou cometesse o que ele considerava ser uma falta nas regras de etiqueta.

Ninguém que via a Grã-Duquesa Isabel naqueles dias se esquecia dela. “Ela era a criatura mais bela de Deus que eu alguma vez vi”, escreveu um escritor contemporâneo. No entanto, embora se tivessem deixado levar pela sua beleza e apesar de ela ser jovem, alegre e uma pessoa que gostava de desfilar as jóias e roupas que o seu marido lhe oferecia, nunca houve nenhum escândalo ligado ao seu nome.

A Grã-Duquesa Isabel converteu-se à Igreja Ortodoxa apenas dois anos depois do casamento, muito contra a vontade do seu pai. Quando o Grão-Duque de Hesse soube que o Czarevich Nicolau se tinha apaixonado pela sua filha mais nova, a Princesa Alice, ele recusou-se a permitir que outra filha sua abdicasse da sua fé luterana. A Rainha Vitória também não aprovava estas mudanças de religião e não gostava particularmente da ideia de ver a sua neta favorita noiva do herdeiro ao trono russo. Ela tinha-o achado charmoso, simples e natural quando ele visitara Windsor, mas ao mesmo tempo tinha ficado com a sensação de que ele tinha falta de estabilidade e não conseguia tomar decisões por si mesmo. O Imperador e a Imperatriz partilhavam a sua apreenção, mas por razões completamente diferentes, A Princesa Alice não tinha ficado muito bem vista quando visitara São Petersburgo. Alexandre III achou-a uma alemã típica e Maria Feodorovna ficou incomodada com a sua apatia, além disso ela queria ver o seu filho casado com a filha do conde de Paris e não via como aquela pequena Princesa de Hesse com um feitio tímido e quase hostil poderia ser uma boa esposa. Tal como o seu avô, Alexandre II, o Czarevich estava determinado a conseguir aquilo que queria. “O meu sonho é casar-me com a Alice de Hesse”, escreveu ele no seu diário no dia 21 de dezembro de 1889.

Isabel teve uma grande responsabilidade para com a relação do seu sobrinho com a sua irmã. Foi ela que incentivou o amor entre ambos e convenceu a Rainha Vitória (que queria casar Alice com o seu neto Alberto) a aceitar uma possível união entre a sua neta favorita e o Czarevich da Rússia. Finalmente em abril de 1894, o Imperador cedeu, e deu a sua permissão para que houvesse noivado. Nicolau pediu Alice em casamento, mas como esposa do Czarevich e herdeiro ao trono, a Princesa sabia que teria de mudar de religião e, a principio, não conseguiu decidir-se se aceitaria o pedido ou não. “A pobrezinha chorou muito,” escreveu Nicolau no seu diário onde descreveu a conversa que teve com ela que se prolongou até à meia-noite. No dia 8 de abril, no entanto, chegou “um dia lindo e inesquecível” quando o jovem casal foi até ao quarto da Rainha Vitória de mão dada para lhe comunicar que tinham chegado a um acordo. “Fiquei bastante surpreendida”, escreveu a Rainha Vitória no seu diário, “Pensava que, por muito que o Nicky quisesse ir em frente com isto, a Alice não se iria decidir.” O casamento realizou-se em novembro e Alexandra foi coroada Czarina juntamente com Nicolau que passou a ser o Czar de Todas as Rússias.

Em 1891, Isabel e Sergei que não tinham filhos praticamente adotaram os seus sobrinhos Maria e Dmitri Pavlovich, filhos do irmão de Sergei, Paulo. A mãe das crianças tinha caído quando tentava saltar para um barco em andamento e estava grávida de Dmitri. O bebê nasceu prematuro e a mãe morreu poucas horas depois. O pai ficou em estado de choque com a morte da esposa e aceitou de bom grado a ajuda do irmão e da cunhada. Muitos não acreditavam que o bebê fosse sobreviver, mas Sergei ajudou-o, dando-lhe os banhos prescritos pelos médicos, cobrindo-o com mantas de algodão e enchendo o seu berço com garrafas de água quente para manter a temperatura do bebê regular. “Estou a gostar muito de tomar conta do Dmitri,” escreveu Sergei no seu diário. Mais tarde Dmitri seria um dos assassinos de Rasputin, juntamente com o Príncipe Felix Yussopov. Nesse ano Sergei foi também nomeado Governador de Moscou e a família mudou-se para a nova cidade.

A desastrosa guerra Russo-Japonesa de 1904 trouxe uma tarefa à Grã-Duquesa que ela cumpriu de uma forma que deixaria orgulhosa a sua avó Vitória se ela fosse ainda viva. Como esposa do Governador de Moscou, Isabel era líder das organizações da Cruz Vermelha da cidade. Ela enviou comboios-ambulância e equipamento para os soldados enquanto organizava salas de trabalho no Palácio do Kremlin e estava lá todos os dias a supervisor e dar motivação as centenas de mulheres de todos os estratos sociais que trabalhavam lá a empacotar material bélico, medicamentos, comida e roupa para os soldados na frente de combate. Vestia-se sempre de forma simples de azul ou cinzento, estava sempre lá de boa-vontade, tinha sempre um sorriso nos lábios ou um elogio para quem trabalhava, nunca perdia a paciência mesmo quando se cometiam erros e estava sempre pronta para executar os trabalhos mais difíceis.


Morte do marido
No dia 4 de fevereiro de 1905 quando Isabel estava a caminho dos seus quartos privados no palácio onde vivia com o marido e os sobrinhos, ouviu uma explosão que partiu todos os vidros da sua casa. Depois de muitos anos ela sabia que aquilo que temia (e o seu marido esperava) tinha acontecido. Durante muitos anos Sergei tinha-a proibido de andar na mesma carruagem dele e justificava-o dizendo que sabia do ódio que os habitantes de Moscou sentiam por ele.

Sem esperar por alguém para perguntar o que tinha acontecido ou sequer vestir um casaco, Isabel desceu as escadas a correr até chegar ao dia frio de inverno e seguiu um rasto de fumo e cheiro a pólvora que a levaram até à carruagem despedaçada do seu marido da qual apenas restavam os corpos mutilados dos cavalos. Quando chegou os guardas apressavam-se a cobrir o que restava do corpo do marido com os seus casacos.

Começaram a cair-lhe lágrimas e ela ajoelhou-se junto da mancha de sangue na neve, com a multidão a começar a reunir-se à sua volta, olhando horrorizada o macabro espectáculo enquanto a polícia e os soldados procuravam o assassino por entre as pessoas que se encontravam perto do palácio. Algumas horas antes ele tinha saído de casa com uma expressão preocupada, mas a assegurar-lhe que não havia nada com que se preocupar. Embora não tivessem um casamento perfeito, ele era o seu marido que sempre a tinha ajudado a adaptar-se à vida na Rússia e a tratava bem. Ele estava consciente do perigo que corria, mas mesmo assim nunca abandonou as suas responsabilidades e deu o seu melhor no cargo que ocupava. Contudo a sua austeridade quase fanática e a sua crueldade vingativa em certas ocasiões tinham feito com que ganhasse muitos inimigos. Ele era um anti-revolucionário e um autocrata quase tirano, mas ela estava casada com ele há vinte anos e era das únicas que conhecia toda a sua personalidade.

A partir desse dia, Isabel nunca mais comeu carne nem peixe. Quando chegou a casa dividiu as jóias que o seu marido lhe tinha oferecido em três e deu algumas aos seus sobrinhos Maria e Dmitri Pavlovich, devolveu as jóias da coroa e vendeu o resto. O dinheiro que ganhou das jóias foi para a caridade e para o Convento de Maria e Marta em Moscou que passou a visitar com muita frequência, sempre de luto.


Freira

A alta sociedade de São Petersburgo nunca mais a voltou a ver. Só muito raramente Isabel visitava a irmã e a família em Czarskoe Selo e, em 1910, decidiu juntar-se definitivamente à Irmandade de Marta e Maria, doando todas as roupas e pedaços de joalharia que ainda lhe restavam. Não ficou nada, nem sequer com a aliança de casamento. “Este véu,” disse o Bispo Triphonius quando ela entrou no Convento, “vai-te esconder do mundo, e o mundo vai estar escondido de ti, mas vai ser uma testemunha dos teus bons trabalhos que irão brilhar perante Deus e glorificar o Senhor.” A sua nova vida era passada nos quartos pequenos do Convento, apenas mobilados com cadeiras brancas. Ela dormia numa cama de madeira sem colchão e com uma almofada dura. Queria sempre as tarefas mais difíceis, chegando a cuidar de 15 doentes na ala hospitalar sozinha e raramente dormia mais de três horas. Quando um paciente morria, ela passava a noite inteira junto dele (de acordo com a fé Ortodoxa) a rezar intermitentemente sobre o corpo morto.

Quando ela se tornou freira, a sua sobrinha Maria Pavlovna casou-se, e o sobrinho Dmitri passou a viver com o Czar e a sua família.

Apesar de tudo, ela nunca se tornou rígida, severa ou deprimida e até manteve algum do seu divertimento que a tinha tornado encantadora quando jovem. Uma vez quando a sua irmã, a Princesa Vitória, estava no convento de visita com a sua segunda filha, a Princesa Louise, a porta do quarto delas abriu-se de manhã cedo e uma pequena cabeça espreitou a rir-se e a dizer “Olá”. Abismada, Vitória pensou tratar-se de um rapaz mal-educado que tinha conseguido entrar no convento e estava a invadir o seu quarto, mas depressa percebeu aliviada que se tratava da sua irmã mais nova, sem o seu véu e com o cabelo curto.

Depois de entrar no convento, Isabel apenas visitou São Petersburgo em duas ocasiões: quando se celebraram os 300 anos de poder dos Romanov em 1913 e quando rebentou a Primeira Guerra Mundial em 1914 onde ajudou a sua irmã com os planos de ajuda a soldados feridos. Durante muitos anos, as instituições apoiadas por Isabel ajudaram os pobres e os órfãos de Moscou. Ela e outras freiras da sua irmandade trabalhavam com os pobres todos os dias e foram responsáveis pela abertura de discussão sobre a possibilidade de permitir o acesso de mulheres a posições de maior importância dentro da igreja. A Igreja Ortodoxa recusou esta ideia, mas abençoou e encorajou os esforços de Isabel para com os pobres.

Em 1917 rebentou a revolução e, as ligações de Isabel à família imperial causaram-lhe muitos problemas.


Prisão e Morte

Na Primavera de 1918, Lenin ordenou à Cheka que prendesse Isabel. Mais tarde ela seria exilada, primeiro em Perm e depois em Ekaterinburgo onde também se encontrava a sua irmã Alexandra e a sua família, mas nenhuma das duas sabia da presença da outra na cidade. Mais tarde ela iria juntar-se a outros membros da família Romanov como o Grão-Duque Sergei Mikhailovich, o Príncipe João Constantinovich, o Grão-Duque Constantino Constantinovich, o Grão-Duque Igor Constantinovich e Vladimir Pavlovich Paley. Com os membros da família vieram o secretário de Sergei, Feodor Remez e Varvara Yakovlena, uma freira da irmandade de Isabel. Todos eles foram levados para Alapaevsk no dia 20 de maio de 1918 onde foram presos na antiga Escola Napolnaya nos arredores da cidade. «ao lado Isabel(direita) com a irmã Alexandra e o cunhado czar Nicolau II»

Ao meio-dia do dia 17 de julho, o Oficial da Checa, Petr Startsev e alguns trabalhadores bolcheviques chegaram à escola. Tiraram aos prisioneiros todo o dinheiro e valores que tinham e anunciaram-lhes que seriam transferidos nessa mesma noite para uma fábrica em Siniachikhensky. Os guardas do Exército Vermelho receberam ordens para abandonar o local e foram substituídos por homens da Checa. Nessa noite os prisioneiros foram acordados e levados em carros numa estrada para Siniachikha. A cerca de 18 km de Alapaevsk havia uma mina abandonada com 20 metros de profundidade. Foi aqui que pararam. Os homens da Checa espancaram todos os prisioneiros antes de os atirar para a mina. Ainda antes de ser atirado, o Grão-Duque Sergei Mikhailovich foi morto a tiro por contestar e tentar espancar os guardas. Isabel foi a primeira a ser atirada. Apesar da profundidade apenas Feodor Remez morreu imediatamente.

De acordo com o testemunho de um dos assassinos, Isabel e os outros prisioneiros sobreviveram à queda na mina, o que levou o comandante a atirar as granadas. Depois das explosões, ele disse ter ouvido Isabel e os outros cantarem um hino russo do fundo da mina. Enervado, o comandante atirou uma nova rajada de granadas, mas continuou a ouvir-se os prisioneiros cantar. Finalmente foi atirada uma grande quantidade de arbustos para tapar a mina e o comandante deixou um guarda a vigiar o local antes de partir.

Na manhã de 18 de julho de 1918, o chefe da Checa de Alapaevsk trocou uma série de telegramas com o chefe do Soviete Regional de Ekaterinburgo que tinha estado envolvido no massacre da família imperial. Estes telegramas tinham sido planeados com antecedência e diziam que a escola tinha sido atacada por um “gang desconhecido”. Pouco tempo depois Alapaevsk caiu nas mãos do Exército Branco.

No dia 8 de outubro de 1918, os Brancos descobriram os restos mortais de Isabel e dos seus companheiros dentro da mina onde tinham sido assassinados. Isabel tinha morrido devido a ferimentos resultantes da sua queda de 20 m, mas tinha ainda encontrado forças para fazer uma ligadura na cabeça do Príncipe Ioann. Os seus restos mortais foram retirados da mina e levados para Jerusalém onde estariam longe das mãos dos bolcheviques. Até hoje continuam enterrados na Igreja de Maria Madalena.

Isabel foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Fora da Rússia em 1981 e pela Igreja Ortodoxa Russa em 1992 como Nova Mártir Isabel. Os principais templos que lhe são dedicados são o Convento de Marfo-Mariinsky que ela fundou em Moscou e o Convento de Santa Maria Madalena no Monte das Oliveiras, que ela e o marido ajudaram a construir. Era é uma das mártires do século XX que está representada numa das estátuas acima da Grande Porta Oeste na Abadia de Westminster em Londres, Inglaterra.

Outra estátua de Isabel foi construída após a queda do Comunismo no jardim do seu convento em Moscou. Na inscrição pode ler-se “À Grã-Duquesa Isabel Feodorovna: Com arrependimento.”

Isabel Feodorovna foi assassinada por bolcheviques no dia 17 de julho de 1918 quando tinha 54 anos.

Fonte: romanov.blogs.sapo.pt

sábado, 8 de agosto de 2009

Simbologia das flores

Símbolo da própria primavera, as flores são apreciadas pelo homem desde a pré-história e, com o passar do tempo, ganharam significado próprio. Na Turquia do século 18, já era hábito mandar mensagens através delas por meio do chamado “código dos turcos”. Cada espécie significava algo e um ramalhete bem-feito podia comunicar praticamente qualquer combinação de sentimentos.


Esse curioso costume chegou depois à França, onde se criou uma linguagem composta inteiramente de símbolos florais. Publicada em 1819, como Le Langage des Fleurs, esse código caiu no gosto da sociedade daquela época e espalhou-se pela Europa e até pelo Novo Mundo. Na Inglaterra, durante a era vitoriana, a linguagem tornou-se ainda mais complexa. As flores não só simbolizavam diferentes sentimentos, mas a maneira como eram oferecidas e aceitas podia significar algo mais. Se a jovem pusesse a flor recebida nos cabelos:
  • o gesto significava cautela,
mas se a colocasse sobre o coração:
  • significava que o amor era correspondido.

Veja a seguir a simbologia das principais espécies de flores, segundo o livro A Linguagem das Flores (Melhoramentos), de Sheila Pickles, e o Dicionário Ilustrado de Símbolos (Melhoramentos), de Hans Biedermann, que explica o uso mágico, religioso e ritualístico das flores.


Rosa
É a rainha das flores, cantada em prosa e verso. Sua origem remonta ao mito de Adônis, o amado de Afrodite (Vênus), de cujo sangue teriam brotado as primeiras rosas vermelhas. Por isso, elas se tornaram o símbolo do renascimento e do amor que sobrevive à morte (amor eterno), bem como da paixão. A rosa simboliza também a Virgem Maria e a virgindade. Na alquimia, as rosas branca e vermelha são o símbolo do sistema dualístico vermelho/branco e dos dois princípios originários enxofre e mercúrio. Uma rosa com sete ordens de pétalas é relacionada aos sete metais e aos seus planetas correspondentes. A conexão entre a rosa e a cruz conduz ao símbolo da ordem rosa cruz.


Orquídea
Antigamente, quando uma jovem recebia esta flor, sabia que seu pretendente estava fazendo um elogio à sua beleza, pois orquídea significa “uma bela dama”. Esta planta exótica e de rara beleza, viceja com abundância nos trópicos; no Brasil temos uma grande variedade delas.


Narciso
Segundo a mitologia grega, embora amado pelas ninfas, o jovem Narciso era apaixonado pela própria beleza. Preso à sua imagem refletida num lago, o jovem foi transformado numa flor igualmente bela, considerada, na Grécia, como símbolo da primavera. É associada ao sono, à morte e à ressurreição. Aparece muitas vezes em quadros que representam a Virgem Maria. Como não poderia deixar de ser, narciso significa “vaidade”.


Girassol
Por ser uma planta alta, que se destaca sobre as outras do jardim, o girassol significa altivez. Mas suas pétalas cor de ouro também estão associadas ao dinheiro, riqueza e prosperidade. O girassol está sempre com a sua face voltada para o astro-rei, acompanhando o seu giro no céu, como se absorvesse sua energia benéfica. Na astrologia, refere-se ao signo de Leão. Os incas do Peru e os índios norte-americanos o veneravam como símbolo do Sol. Segundo uma lenda grega, Clytie, uma ninfa da água, foi transformada em girassol depois de morrer de desgosto pela traição de Apolo, o deus-sol.


Crisântemo
Flor bastante apreciada na Ásia. No Japão é um emblema imperial, enquanto na China simboliza o outono. Antigamente, quando uma jovem recebia um ramalhete de crisântemos, sabia que se tratava de uma verdadeira declaração de amor, pois esse gesto, na linguagem das flores, quer dizer “estou apaixonado”.


Cravo
Por causa da forma dos seus frutos, que lembram pequenos pregos, o cravo tornou-se a planta simbólica da paixão de Cristo. Nos quadros da Virgem Maria com Jesus, é comum a presença de cravos selvagens vermelho-carmim. Nas imagens de noivado do Renascimento, o cravo tem o significado de “penhor” do amor. Na era moderna, na França, o cravo vermelho era o emblema dos monarquistas e mais tarde se tornou o símbolo da social-democracia alemã (o cravo branco, por sua vez, era usado pelo partido social-cristão). Em Portugal, também foi o símbolo dos socialistas na luta contra a ditadura, na célebre “Revolução dos Cravos”.


Amor-perfeito
“Estou pensando em você.” Quando um rapaz enviava um ramalhete de amores-perfeitos para uma jovem, queria dizer que a sua amada não lhe saía dos pensamentos. Antigamente, também era costume mandá-las para que a pessoa não se esquecesse de quem as enviara. É conhecida ainda como planta-trindade, porque há freqüentemente três cores em uma só flor, relacionando-a à Santíssima Trindade.


Amarílis
Também conhecida como açucena, é sinônimo de “orgulho” na linguagem das flores, pois se trata de uma flor difícil de se cultivar, mas que, depois de aberta, ofusca as demais. Amarílis é o nome de uma pastora que aparece na obra do poeta Virgílio, e a palavra, de origem grega, quer dizer deslumbrante. Na Itália, a flor recebe o nome de belladona (bela senhora).

Fonte: istoe.terra.com.br

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Joana d'Arc

Em 1412 nasce Joana d'Arc na aldeia de Domrémy na fronteira da província de Lorena (França). Filha de Jacques d'Arc, tinha 3 irmãos, e todos levavam uma vida rude de camponeses, trabalhando na terra e na pastagem de rebanhos. Com a mãe, ela aprendeu a costurar e fiar além de ajudar o pai no campo. Devota e muito religiosa, estava habituada a rezar. Menina alegre, morena e robusta.

Em 1413 a França, sob o comando do rei Carlos VI, tido como irracional, reiniciou a guerra com a Inglaterra após o desembarque na Normandia do rei Henrique V . Evento conhecido hoje como a «Guerra dos Cem Anos».


Nessa época, lendas povoavam a França. A mais conhecida era:
"A vinda de uma donzela, que vestiria armadura e que salvaria a França".
Era o que dizia a beata Maria Robine, conhecida por Maria d'Avignon, muito respeitada no reinado de Carlos VI (rei da França).

Outra profecia antiga, dizem dita por Merlim, o mago do rei Artur, da Távola Redonda:
"Apareceria uma virgem de uma floresta de carvalhos, nas fronteiras de Lorena, que salvaria a França".
Joana cresceu ouvindo essas lendas. Indaga-se o quanto a conversa do povo, a religiosidade natural de uma região devastada pela guerra cruel, aliadas ao modo particular de Joana ser cristã e à singeleza própria dos camponeses traçaram o destino de Joana.

Joana tinha 13 anos, quando certo dia sentada debaixo de uma árvore, enxergou uma luz branca de brilho intenso. Nessa primeira aparição, foram desenhos iluminados que correspondiam a São Miguel e um grupo de anjos. Na segunda aparição: anunciou que Santa Catarina e Santa Margarida viriam até ela para dar instruções a serem obedecidas, por vontade de Deus. Desse momento em diante Joana passou a receber constantemente visitas de seus santos orientadores. As orientações eram sempre iguais a primeira – deveria frequentar a missa e ser uma menina correta.

Nessa ocasião, os ingleses e borgonheses tomaram toda a França. Em Domrémy os simpatizantes dos borgonheses (contrários ao governo), eram brutos e ambiciosos. O vilarejo onde Joana morava não era considerado território francês, por ser controlado pelos inimigos, o duque de Borgonha. E com 16 anos, o arcanjo Miguel dirigiu-se a Joana de maneira decisiva:
"Filha de Deus, encaminha-te para o reino da França. Cabe a ti expulsar os ingleses... e fazer com que o delfim tome o trono. Tua missão é essa. Joana és um soldado de Deus. O senhor te ajudará".
Mas ouve discussão sobre a origem divina ou não dessas mensagens. Mas Domrémy foi arrasada pelos borgonheses, e quando os camponeses voltaram de seus esconderijos, a cidade estava devastada. Nesse meio tempo as vozes de Joana voltaram:
"Procura o senhor Roberto de Baudricourt, em Vaucouleurs"
Senhor Roberto era capitão militar da cidade, que a ouviu e despachou, não acreditando naquela jovem menina. Mas devido a insistência da menina e como não visse outro modo de se livrar daquela maníaca, como se dizia dela, deu-lhe um cavalo, uma veste de soldado, uma espada, alguns militares como escolta e dispensou-a. Roberto de Baudricourt, mandou uma mensagem ao delfim, explicando o caso. O rei e seus palacianos prepararam uma cena para desmascará-la:

O rei infiltrou-se entre os cortesãos e ordenou que um rapaz se sentasse no trono. Assim que Joana entrou, olhou para todos os presentes, atravessou a sala, passando pelo trono e prosseguiu até que se ajoelhou aos pés do delfim. Ela não o conhecia nem por descrições, as moedas não apresentavam sua efígie, ele era ainda só o herdeiro do trono. Estavam em 1429. E Joana lhe disse: "Majestade, que Deus lhe dê longa vida! Fui enviada por Ele para ajudá-lo a se consagrar em Reims. Sois vós o rei, e ninguém mais".

Depois de ouvir sua história e de ser avaliada pelos bispos, e declarada pura e inocente, o delfim deu-lhe um uniforme de chefe, o comando do exército e consagrou-a na ordem da cavalaria. Conta-se que Joana mandou os soldados à capela de Santa Catarina para procurar uma espada que ali havia sido enterrada. Achada a arma cheia de ferrugem, Joana a empunhou, e então a espada brilhou como prata nova. Mandou fazer um estandarte de cetim branco, bordado com diversas flores e lírios circundando uma imagem de Jesus Cristo, que tinha um anjo de cada lado. Na parte de cima fez com que se escrevesse o nome de Jesus.

Assim Joana partiu em seu cavalo branco e com seu estandarte, para retomar Orléans, que estava em poder dos ingleses. Como estratégia atacou os fortes ingleses:
  1. Saint Jean le Blanc
  2. Les Augustins
  3. Les Tourelles, o maior de todos

Joana venceu a todos, em Les Tourelles foi ferida, mas venceu, e todos acreditaram em milagre da santa. E novamente as vozes lhe deram outra outras ordens: que o jovem rei fosse consagrado em Reims, com o nome de Carlos VII, e partiram então para novas batalhas.

Dois homens que eram primos disputavam o poder francês:
  1. Carlos VII, filho legítimo de Carlos VI – desengonçado, indeciso, introvertido, sem iniciativa e temia o primo
  2. o duque de Borgonha, conhecido como Filipe 'o Bom' – agil, esbelto, autoconfiante, esbanjador e amante das coisas boas da vida
Mesmo assim a simpatia do povo recaia em Carlos. E em 15 de julho de 1429, Joana e Carlos encontraram-se em Reims, quando se iniciou as cerimônias de coroação. Depois do triunfo da coroação, algumas das cidades ainda dominadas pelo duque de Borgonha, começaram a confraternizar com a França de Carlos. Faltava conquistar Paris. Mas o rei optou por um acordo com os borgonheses, ao ponto de devolver ao duque Filipe algumas cidades. Acontece que a Borgonha não era fiel, havia negociado um tratado com o rei Carlos e outro com os ingleses. E Joana numa cilada foi presa na torre de um castelo de de um nobre borgonhês e soube que seria entregue aos ingleses. Não teve amparo por parte dos antigos companheiros, nem o rei apareceu ou fez o menor esforço para libertá-la. Além dos ingleses a Inquisição também queria a morte de Joana. Durante um ano foi interrogada e torturada psicologicamente. Renunciou a sua fé nas vozes, mas depois voltou atrás.

Em 30 de maio de 1431 com os cabelos raspados e uma túnica branca, Joana foi queimada em uma fogueira, na praça no mercado de Ruão. A jovem clamou por Jesus até se calar de vez, era uma menina que ainda não completara 19 anos.

Quando Ruão foi tomada dos ingleses, o rei Carlos VII iniciou um trabalho para reabilitar a imagem de Joana. O novo julgamento em 1455, muitas testemunhas, parentes e soldados foram ouvidos. Joana d'Arc foi inocentada em 1456 pelo papa, que declarou a sentença de Ruão nula e falsa, livrando a jovem de todas as acusações. Séculos mais tarde, em 1920, Joana d'Arc seria canonizada.

Origem: 'Mulheres que mudaram o mundo' de Gabriel Chalita

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dia Feliz


Dia completamente feliz... Sol, luz e alegria!!

domingo, 2 de agosto de 2009

Do varal para o armário


Vi isso na Revista Época São Paulo e achei uma dica e tanto, prática e bonita. Idéia simples, "aplicar os conceitos de design para tornar produtos de uso corriqueiro mais funcionais" explica a reportagem na revista. Uma idéia do estúdio Nó Design, que foi procurado por um pequeno empresário que vendia pregadores de roupas. Vai direto do varal para o guarda-roupa. Os cabides Quará são encontrados na loja ETNA ao preço de $2,50.


Fonte: Revista Época São Paulo – agosto 2009 e casa.abril.com.br